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Maria João Estêvão

Para onde vão os nossos cérebros?

É um período dificil para a ciência.

É cada vez mais frequente encontrar negacionistas da evidência científica. De repente, repete-se pelos espaços digitais que o protetor solar causa cancro, as vacinas autismo, e que o sol cura a depressão. Não há quem controle a desinformação -- aliás, esta parece ser incentivada pelos algoritmos. Os cliques e o tempo de ecrã são mais importantes, por isso, que permaneçam as fake news. Já ninguem acredita na imprensa, já ninguém acredita na ciência, e os discursos de ódio crescem. Estamos cada vez mais polarizados. 

A educação perde investimento. 

O ensino superior passa a ser um luxo. Com o preço das rendas e o aumento das propinas, torna-se difícil comportar os custos, e muitas famílias vão ter de arranjar alternativas -- incluindo, imaginem, não ingressar. 

E claro, a inteligência artificial.

Essa que pensa por nós. Que nos dá sempre respostas, mesmo que falsas. Que nos ajuda a escrever um email e lista de compras, mas que nos rouba o nosso pensamento crítico, a nossa capacidade de comunicar.

Entristece-me que entreguemos à inteligência artificial as nossas ideias em troca de palavras genéricas. Entristece-me que se perca a capacidade de comunicar, criar, colocar em frases os nossos pensamentos. Entristece-me que usemos a tecnologia para nos roubar do mais belo da vida, como a arte. 

Se juntarmos a desconfiança na ciência e imprensa, com a perda de pensamento crítico e capacidade de articular ideias, o que temos?  

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